Isabelle Stengers
O compromisso que garantia à pesquisa científica o mínimo de independência vital já não existe mais e a produção do conhecimento passou a ser definida pelos interesses privados. Uma economia especulativa tomou conta da ciência: pesquisadoras e pesquisadores devem servir os “parceiros” industriais e participar dos jogos de guerra da competição econômica.
Nesta análise de grande atualidade, Isabelle Stengers aponta os perigos de as ciências manterem alianças intrínsecas com o empreendimento de dominação e extração cujas consequências ameaçam agora todos os viventes da Terra. A autora nos convoca, portanto, a resistir àqueles que negam a possibilidade de um outro devir da ciência, que poderia torná-la capaz de ser uma aliada na luta por um futuro digno de ser vivido.
Este livro conta com um prefácio inédito da autora, feito para a edição brasileira.
"Somente descendo do pedestal a ciência poderá responder a tantas dúvidas sobre seu papel nestes tempos de mudanças sem precedentes. Nesse sentido, Isabelle Stengers propõe uma prática das ciências em que a ética dos problemas seja mais compartilhada, em que a cidadania tenha voz na escolha de prioridades, em que amadores – aqueles que amam a ciência – possam participar de alguma forma. Surgem, assim, histórias de ciências lentas, contadas a partir de uma escrita apaixonante." Tatiana Roque, no texto de orelha da edição.