Anabela Mota Ribeiro
Após a morte de um conhecido psicanalista, sua filha única encontra entre seus papéis e cadernos de trabalho o diário de uma paciente, Ester. A leitura que começa movida pela curiosidade logo torna-se uma obsessão, um canal de contato com o próprio pai e também de identificação com sua paciente. Nessas páginas íntimas, Ester narra os dias de confinamento, a descoberta de um câncer, a impossibilidade de ser mãe. O quarto do bebê, que ela arruma em sua casa, nunca abrigará uma criança. Mas é ali que se dá a descoberta da escrita como cura e criação. O lugar em que nasce e vive a literatura.